domingo, 22 de maio de 2011

Divaldo responde

Em relação a minha dúvida sobre a necessidade de incoporação no mundo espiritual, encontrei na página 66 do livro "Qualidade na prática mediúnica" um texto esclarecedor onde Divaldo responde a uma pergunta dos participantes do projeto Manoel Philomeno de Miranda.

"41. Considerando-se reduzido o número de espíritas na Terra em relação à grande quantidade de Espíritos sofredores na Erraticidade, a assitência a esses Espíritos não poderia ser no Mundo Espiritual, sem a necessidade das práticas mediúnicas no campo físico?

Certamente, e é dada. Os Benfeitores espirituais não necessitam de nós para essa finalidade; nós, sim, necessitamos deles.

Qualquer pessoa que leia a coleção André Luiz toma conhecimento das reuniões realizadas no Mundo Espiritual, onde Espíritos-médiuns funcionam no atendimento às entidades atrasadas ou captam o pensamento dos seres superiores. Em toda a coletânea de Manoel Philomeno de Miranda, constituída de várias Obras sobre mediunidade e obsessão, consta que, terminadas as reuniões mediúnicas no plano terreno, funcionando como um prolongamento destas, continuam, fora do campo físico, os trabalhos de socorro espiritual, onde os Espíritos se utilizam dos médiuns desencarnados para ajudarem os médiuns encarnados.

As práticas mediúnicas no plano físico representam um benefício para os médiuns emcarnados porque promovem a arte de fazer a caridade sem saber-se a quem. Realmente, são poucas as práticas mediúnicas para uma demanda tão grande, mas é uma forma de travarmos contato com o mundo do Além-Túmulo, pois, se não existisse o fenômeno da comunicação mediúnica estaríamos desinformados do que ocorre além da existência física. Cada prática mediúnica é um laboratório de experiências. Há comunicações que nos comovem profundamente, lições que nos despertam, de uma forma intensa, apelos e sugestões de raras oportunidades."

Portanto, as incorporações no plano físico são exceções permitidas para nos ajudar na nossa evolução moral. O trabalho de atendimento aos irmãos sofredores é feito em maior volume e há mais tempo na Espiritualidade.

Carmem Bezerra

domingo, 15 de maio de 2011

A mente e o perispírito

No livro "Tormentos da Obsessão", Manoel de Philomeno nos conta o caso de um irmão desencarnado coberto por uma espécie de casulo.

"O Espírito assim revestido movia-se com dificuldade, aprisionado por resistente fios sucessivos que o imobilizavam quase, apertando no hórrido envoltório de colaração cinza e de estrutura viscosa".

O mentor explicou para Manoel Philomeno que a própria mente do desencarnado criou o casulo que agora o aprisiona. Ele reencarnara na Terra em lar espírita com definidos compromissos na área política-religiosa. Infelizmente, o irmão não soube aproveitar a oportunidade recebida, tomando atitudes que só fizeram aumentar a lista de seus débitos.

Quando a vida lhe mostrou os erros que tinha cometido, não aproveitou a oportunidade para voltar à luta digna. Isolou-se do mundo e entrou em depressão.

"Tentando ocultar o drama, o seu inconsciente começou a criar a teia vibratória que terminou por envolvê-lo então sob direcionamento de adversário espirtual".

Para libertar o irmão em sofrimento, Manoel Philomeno nos conta que foi feita então uma intervenção cirúrgica para retirar o espírito de dentro do casulo e para romper a ligação do infeliz irmão com o seu obsessor. Para executar esta tarefa, foi necessária a participação de um grupo de trabalhadores do bem (anestesista, instrumentador, cirurgião, etc).

Quando li este capítulo do livro, a primeira pergunta que me veio à cabeça foi sobre a necessidade desta cirurgia. Manoel Philomeno narra em diversas partes do livro a superioridade moral dos mentores que trabalham no Nosocômio Esperança sob a direção do Espírito Eurípedes Barsanulfo. Não consigo imaginar Jesus precisando de bisturi para fazer algum tipo de operação na Espiritualidade.

Ok. Besteira minha. Sempre olho para os extremos e me esqueço de como se vai de um lado para outro.

A evolução não dá saltos. Alguns pecorrem a estrada rapidamente, outros possuem um ritmo mais lento. Mas a estrada é uma só.

No Nosocômio Esperança, existem espíritos de todos os níveis. Certamente, Eurípedes Barsanulfo (e muitos outros) não precisaria de bisturi para libertar o irmão. Mas a espiritualidade, assim como a Terra, é uma escola divina. Por que se furtar a fornecer aos irmãos do caminho uma oportunidade de apredizagem?

Muitas das tarefas que hoje fazemos automaticamente passaram pela aprendizagem mecânica (andar, comer, respirar, pensar, etc). Portanto, a cirurgia na espiritualidade é também uma atividade que faz parte do nosso currículo evolutivo. Um dia esses espíritos que usam o bisturi para operar, usarão como instrumento apenas a força do seu amor.


Carmem Bezerra

domingo, 8 de maio de 2011

Incorporação na espiritualidade

Tanto no livro "Tormentos da Obsessão" quanto no livro "Transição Planetária", Manoel Philomeno de Miranda nos conta passagens onde médiuns desencarnados incorporam espíritos desencarnados que ainda persistem no mal. Nas estórias narradas, o irmão que dá a comunicação é alguém que participa de um processo obsessivo e a espiritualidade tenta, com a comunicação, esclarecê-lo e ajudá-lo.

Em estórias narradas por Chico Xavier e por Divaldo, às vezes tínhamos conhecimento de comunicações vindas das altas esferas por meio dos mentores espirituais. Por exemplo, Divaldo conta que Joana de Ângelis uma vez transmitiu uma comunicação de Santo Antônio de Pádua. Ele apenas via uma luz alcançar sua mentora que se mantinha em posição de concetração e retransmitia a mensagem que lhe vinha do alto.

Portanto, a ideia de uso da psicofonia na espiritualidade não é uma notícia nova. O fato novo para nós é o seu uso para atendimento de obsessores.

Sabemos que a hierarquia no mundo espiritual é feita pelo grau de evolução moral dos espíritos. Um espírito ainda renintente no mal não tem forças para resistir aos comandos da espiritualidade maior. Então por que a incorporação é necessária? Não seria apenas o caso de trazer estes irmãos a presença dos mentores para serem esclarecidos? Qual a finalidade de usar médius desencarnados para incorporar esses irmãos?

Fiquei pensando nisto por vários dias e cheguei a conclusão que estava analisando o problema do ângulo errado. Não é uma questão de necessidade, este é a forma de comunicação usada na espiritualidade.

O perispírito está na base de qualquer comunicação feita na espiritualidade ou com a espiritualidade. Portanto, o médium entra em contato com a entidade que se deseja esclarecer e a comunicação é efetuada. A diferença desse tipo de incorporação para a que existe na mesa mediúnica nas casas espíritas é o grau de pureza. Não existe animismo (interferência do médium) na espiritualidade. Inclusive Manoel Philomeno conta que a fisionomia do médium se altera completamente, acabando por se transformar na do comunicante.

Podemos então deduzir que o médium desencarnado se concentra no irmão a ser esclarecido e a conexão é feita. Devido ao grau de adiantamento moral, ele não pode resistir à comunicação (a chegada é sempre acompanhada de reclamações e xingamentos).

Dois fatos interessantes normalmente acontecem depois da psicofonia no mundo espiritual.

Em primeiro lugar, Manoel Philomeno revela que o irmão obsessor é recolhido para tratamento após a comunicação em alguns casos. Portanto, a incorporação é apenas o primeiro passo para trazer o comunicante para junto dos mentores. Ele é atraído para junto do médium.

Em segundo lugar, quase sempre os médiuns precisam ser socorridos por passes magnéticos para dispersar a energia deletéria. Acredito que a explicação seja o nível de acoplamento que existe entre os dois perispíritos na comunicação. A doação e recepção de fluidos entre médium e comunicante na espiritualidade é maior. Daí vem a dificuldade de se recompor.

Talvez a dúvida final seria saber o motivo dessas incorporações ocorrerem na espiritualidade e não em um centro espírita com a ajuda de médiuns encarnados. Há certamente uma possível explicação para isto: a não existência de trabalhos mediúnicos em número suficiente para atender a demanda.

Afinal, médiuns existem muitos, mas poucos se prontificam ao trabalho árduo da mesa mediúnica.



"A mediunidade, portanto, exercida com a lógica haurida na Codificação Kardequiana, constitui valioso patrimônio para a elevação e a paz. O médium, por isso mesmo, é donatário transitório de oportunidades ímpares para a plenitude, nã se podendo permitir as leviandades de utilizar esse nobre recurso de maneira comprometedora, vulgar, insensata. Todo aquele que se facultar desvirtualizar-lhe a finalidade nobre, qual acontece com qualquer faculdade física ou moral, sofrerá as inevitáveis consequências de que não se libertará com facilidade. No entanto, é bem reduzido o número daqueles servidores que se desincumbem a contento desse ministério, quando o abraçam."
Tormentos da Obsesseão - Divaldo Franco - Manoel Philomeno de Miranda

Carmem Bezzera

domingo, 1 de maio de 2011

Casamento real

O assunto da semana foi sem dúvida o casamento real entre o Príncipe William e a plebéia Kate Middleton. A mídia tentou vender a idéia de um novo conto de fadas (alguém já esqueceu a Princesa Diane?).

Nada contra a venda de estórias felizes pelos tabloides que gostam tanto de divulgar tragédias. Mas é preciso lembrar sempre que a felicidade não se compra com dinheiro, fama e beleza. Ela simplesmente não existe ainda no nosso planeta.

A mídia tenta nos passar constantemente a idéia de felicidade como um produto de supermercado. Se você tem dinheiro, você pode pagar por operações plásticas para ser bonito e pode pagar pela tão desejada fama. Portanto, precisamos de dinheiro para sermos felizes.

Quanto engano! A felicidade não é um elemento extrínseco ao ser humano. É algo que vem de dentro para fora. Não pode ser vendido, não pode ser comprado. Depende de cada um.

Quanto aos noivos ingleses, esperamos e torcemos para que se tornem exemplo de um casamento onde o amor e a compreensão reinam. Quem sabe eles não ajudam a reestabelecer esta instituição tão desacreditada?

"O homem está incessantemente à procura da felicidade, que lhe escapa a todo instante, porque a felicidade sem mescla não existe na Terra. Entretanto, apesar das vicissitudes que formam o inevitável cortejo desta vida, dele poderia pelo menos gozar de uma felicidade relativa. Ma ele a procura nas coisas perecíveis, sujeitas às mesmas vicissitudes, ou seja, nos gozos materiais, em vez de buscá-la nos gozos da alma, que constituem uma antecipação das imperecíveis alegrias celestes. Em vez de buscar a paz do coração, única felicidade verdadeira neste mundo, ele procura com avidez tudo o que pode agitá-lo e perturbá-lo. E, coisa curiosa, parece criar de propósito os tormentos, que só a ele cabia evitar."
Fénelon - Tormentos involuntários - Evangelho Segundo o Espiritismo

Carmem Bezerra